As coisas ao nosso redor são neutras, estão ali, onde as deixamos: esferográficas sobre a mesa, o par de tênis dando um passo sem pernas; os livros na estante, escorados como bêbados num balcão. Papéis pendurados num perfeito balanço. Teu infinito sou eu.
Numa contracapa, as letras impressas seguem a ordem que estão destinadas a manter por todo o seu tempo, significando. Nós, seres caóticos, saracotearemos através das eras que se estendem entre um dia e outro, cabeças pesando no ombro, sem saber o que se quer dizer; mudaremos de ideia porque podemos e que bom poder, poder falar palavra.
Para cada coisa que movermos durante essa vida, haverá uma última vez e elas ali ficarão, até que outro venha em nosso lugar, refazendo seus destinos de espectadoras. Pois sim: incoerentes, inconstantes e efêmeros; mas nunca insignificantes.
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